José de Brito 1855-1946 Pintor e professor |
José de Brito nasceu em Santa Marta de Portuzelo, Viana do Castelo, a 18 de Fevereiro de 1855.
Em 1873, respondendo a uma vocação que se vinha revelando, ingressou na Academia Portuense de Belas Artes, tendo como professores Tadeu de Almeida Furtado, João Correia e Soares dos Reis, entre outros, e por colega e amigo Henrique Pousão, com quem colaborou na revista "O Ocidente" e no Centro Artístico Portuense e com quem frequentava a missa dominical da Igreja dos Congregados.
Terminado o curso regressou à terra natal, onde continuou a pintar. Num atelier improvisado produziu telas de temática etnográfica e, ocasionalmente, foi “descoberto” por Ramalho Ortigão, num dos seus périplos pelo país. O autor de "As Farpas", entusiasmado com o seu talento e humildade, conseguiu que, em 1885, D. Fernando II lhe concedesse uma bolsa régia, a qual lhe permitiu estudar na Academia Julien, em Paris, com Boulanger, J. Lefébre, J. P. Laurens e Benjamin Constant.
A partir de 1888 começou a expor no Salon parisense, sendo premiado em 1895 com a obra Martyr du Fanatisme (Mártir do Fanatismo) que lhe granjeou uma medalha e a consagração da crítica. Com esta obra viria a alcançar também a 1ª medalha do Grémio Artístico, em 1898.
Entretanto, após a morte do rei, e em reconhecimento do seu valor, o Estado Português atribuiu-lhe uma pensão, da qual veio a abdicar em 1890, pois, por essa altura, já alcançara um estatuto que lhe permitia viver em exclusivo da sua arte.
Em 1896, de regresso a Portugal, concorreu à vaga de professor de Desenho Histórico da Academia Portuense de Belas Artes, com a obra O bom samaritano, classificada em primeiro lugar. Iniciou, então, uma longa e consagrada carreira de docente, de cerca de três décadas, que culminou com a sua jubilação em 1929.
Em 1928 realizou uma exposição individual no Salão Silva Porto, no Porto.
Depois de deixar o ensino oficial continuou a receber alunos particulares no seu atelier, localizado no edifício da atual Biblioteca Pública Municipal do Porto.
Entre os trabalhos realizados por encomenda contam-se O Baptismo de Cristo, para a Igreja da Trindade, a pintura do teto do Teatro de São João, no Porto, e o Retrato de Júlio António de Amorim para o Hospital de São Marcos, em Braga.
Recebeu vários prémios, em Portugal e no estrangeiro, nomeadamente da Sociedade Nacional de Belas Artes e do Grémio Artístico; uma medalha de ouro na Exposição Nacional do Rio de Janeiro, em 1908; uma medalha de prata na Exposição Internacional do Panamá Pacífico; e uma medalha de bronze na Exposição Internacional de Paris, em 1900. Destacado artista, privou com outros intelectuais e pintores como Eça de Queirós, Eduardo Prado, Silva Porto, Marques de Oliveira e Sousa Pinto.
Morre a 26 de Março de 1946, com 91 anos.
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2008)