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Memória U.Porto

Antigos Estudantes Ilustres da Universidade do Porto

Zeferino Couto

Zeferino Couto 1890-1982 Escultor e professor

Zeferino dos Santos Couto, filho de Manuel Santos Couto, relojoeiro, e de Maria do Couto, lavradeira, nasceu a 13 de junho de 1890 na freguesia do Olival, concelho de Vila Nova de Gaia. Foi batizado a 21 do mesmo mês na Igreja Paroquial do Olival, tendo por padrinhos José de Oliveira Lopes e Rosa Pereira da Silva, sua mulher.

Em 1904 concluiu a Instrução Primária e no ano seguinte inscreveu-se na Academia Portuense de Belas Artes como “aprendiz de escultor”, segundo o próprio.
Durante os primeiros anos passados na Academia cursou Desenho Histórico e Escultura e estudou Anatomia. Em 1911, sob orientação do mestre António Teixeira Lopes, desenvolveu como trabalho de fim de curso a obra Um homem do povo, mortalmente ferido no último arranco da agonia, grita: Viva a Pátria.

Em julho desse ano concluiu o curso de Escultura, com os restantes elementos do grupo dos “Cinco magníficos”, da “Escola de Gaia”: António de Azevedo, Diogo de Macedo, Henrique Moreira e José Sousa Caldas.
Entre 1912 e 1914 frequentou Arquitetura na Academia Portuense, mas não acabou o curso por motivos de saúde.

Ainda estudante, Zeferino Couto trabalhou no Presépio da Igreja do Bonfim. Em 1910 esculpiu o medalhão Semeia e cria, terás alegria, que encima o pórtico da vacaria do Mosteiro de Grijó, em Vila Nova de Gaia. Cinco anos mais tarde participou com os condiscípulos Diogo de Macedo e António de Azevedo na mostra artística que teve lugar no Salão dos Humoristas (Jardim Passos Manuel, Porto).

Em 1923 foi contratado como professor de Desenho da Escola Industrial Bartolomeu dos Mártires (Braga). Em 1929 assumiu funções como professor efetivo de Desenho Ornamental e, em 1960, ao atingir o limite de idade, aposentou-se. Nesta altura já era professor efetivo.
Integrou a Comissão de Estética da Câmara Municipal de Braga e, em 1945, teve em exposição aguarelas e esculturas da sua autoria no Posto de Turismo da cidade.
Em 1960, participou na homenagem ao escritor Manuel de Boaventura, a qual teve lugar em Barcelos e foi organizada por intelectuais e artistas.

Do casamento realizado em 1918 com Maria Lopes Nobre, professora, teve três filhos: Norberto do Couto Nobre (1919-1966), Zeferino Nobre Couto (1922-1994) e Tomás de Aquino (1927-1934).
Em 1963, viúvo, voltou à sua casa no Olival, em Vila Nova de Gaia. Faleceu em Fão, Esposende, em outubro de 1982, tendo sido sepultado no Cemitério do Olival, em Vila Nova de Gaia.

Zeferino Couto deixou obras como a decoração do Salão Nobre e a máscara “Comédia” na fachada do Teatro Circo (1915), edifício que fora projetado pelo arquiteto Moura Coutinho; a fonte luminosa e monumental da Casa Rego, em Semelhe (1920); o busto de António Peixoto (1953); o monumento em homenagem aos Irmãos Roby (1955); o busto de Manuel Vieira Gomes (1956) e as esculturas da capela privativa do Seminário Conciliar (inaugurada em 1942), em Braga.
É o autor das esculturas do monumento aos Mortos da Grande Guerra projetado pelo arquiteto Manuel Maria Marques dos Reis e inaugurado em 1929, em Fafe, e da escultura de Nossa Senhora da Conceição, do cruzeiro dos Centenários de Caldelas (1956), em Amares.

Em 2015, no 125.º aniversário do seu nascimento, foi homenageado na Biblioteca Municipal de Gaia.
(Universidade Digital / Gestão de Documentação e Informação, 2017)