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Memória U.Porto

Antigos Estudantes Ilustres da Universidade do Porto

António Ferreira de Azevedo

Fotografia de António Ferreira de Azevedo / Photo of António Ferreira de Azevedo António Ferreira de Azevedo
1889-1968
Escultor e professor



António Ferreira de Azevedo nasceu a 11 de dezembro de 1889 na rua Marquês Sá da Bandeira, em Mafamude, Vila Nova de Gaia. Filho de Abílio Pereira de Azevedo, industrial, e de Francisca Ferreira Alves, doméstica, ficou órfão de pai com apenas um ano de idade.

Depois de frequentar a Escola Primária das Estafinhas, realizou, a 6 de agosto de 1900, o exame da instrução primária do 2.º grau no Liceu Central do Porto. Seguidamente matriculou-se na Escola Industrial do Infante D. Henrique, no Porto.
No ano letivo de 1901-1902 completou os estudos técnicos e em outubro de 1902 matriculou-se, como aluno ordinário, no 1.º ano de Desenho Histórico da Escola de Belas Artes do Porto. Concluiu o 4.º ano em 1906 e o 3.º de Arquitetura e de Anatomia Artística e seguiu Escultura. Em outubro de 1910 inscreveu-se no 5.º ano de Escultura, tendo sido condiscípulo de Sousa Caldas, Diogo de Macedo, Henrique Moreira e Zeferino Couto.
No ano letivo de 1910-1911 terminou o curso de Desenho Histórico e de Escultura, encontrando-se já habilitado com o 5.º ano do curso de Arquitetura Civil.

Enquanto estudante de Belas Artes no Porto fez parte do grupo que em 1909 publicou a brochura solidária Miséria (1909), a favor dos pobres do Douro. Foram ilustradores Joaquim Lopes, Maria Ribeiro, José Maria Soares Lopes, Rodrigues Júnior, Henrique Moreira, Diogo de Macedo, J. Araújo Correia, Matos Lopes e Manuel Martins. Os textos são da autoria de Manuel Laranjeira, Alfredo Pimenta, Oldemiro César, Leonardo Coimbra, Pedro Vitorino, Emanuel Ribeiro, Simões de Castro, João Gonçalves e Vaz Passos.
Em 1910 concebeu uma maqueta em gesso para o concurso do Monumento à Guerra Peninsular do Porto. Contudo, acabou por não integrar o rol de concorrentes devido ao facto de a peça se ter partido durante o transporte de Vila Nova de Gaia para o Porto.

No verão de 1911 prosseguiu os estudos em Paris, financiado pela família. Aí conheceu o pintor e gravador japonês Lénard Tsuguharu Foujita (1886-1968), o escultor francês Joseph Bernard (1866-1931) e o artista plástico italiano Amadeo Modigliani (1884-1920) e conviveu com o Padre Amadeu Cerqueira de Vasconcelos (1879-1952), o escritor Aquilino Ribeiro (1885-1963) os colegas e amigos Diogo de Macedo e Armando Basto e ainda com os pintores brasileiros Wasth Rodrigues (1891-1957) e José de Andrada.

Em 1914, com a eclosão da I Guerra Mundial, regressou a Portugal, trazendo na bagageira o busto “Crepúsculo”. Instalou-se na casa materna, sita na rua 14 de outubro, em Vila Nova de Gaia, perto da qual montou ateliê e produziu os primeiros trabalhos.

O artista participou em várias exposições modernistas como, por exemplo, na mostra do Grupo dos Humoristas que decorreu no Porto (Jardim Passos Manuel) em 1915, onde apresentou 16 desenhos; no Salão de Modernistas do Porto, de 1916 e de 1919, e no I Salão de Independentes na Sociedade Nacional de Belas Artes (Lisboa, 1930).

No Verão de 1919 viajou até Paris com Joaquim Lopes.

Em 1921 envolveu-se na renovação da Sociedade Nacional de Belas Artes, no Porto. Em 1925 apresentou a sua primeira exposição individual, no Salão Silva Porto, onde expôs 12 peças em mármore e bronze. Integrou a comissão técnica do Grupo de Amigos do Mosteiro da Serra do Pilar e encetou uma longa carreira de docência no ensino técnico na Escola Faria Guimarães (mudou-se, mais tarde, para a Escola Industrial Infante D. Henrique, também no Porto e, por fim, para a Escola Industrial Francisco de Holanda, em Guimarães, onde, além de lecionar, desempenhou assumiu o cargo de diretor).

Em 1931 fixou-se definitivamente em Guimarães, onde se casou no dia 10 de dezembro com Maria Emília Verde Gomes Machado Falcão.
Em 1932 integrou a Comissão Estética da Câmara de Guimarães (renomeada Comissão de Arte e Arqueologia em 1950) e a Comissão Central das Comemorações das Festas Centenárias de 1940. Inaugurou o monumento a Martins Sarmento que é de sua autoria (1933) e a fonte decorativa Faunito ou Fonte do Sátiro (1934).
Em 1935 homenageou o gravador Molarinho num monumento situado no Largo Condessa do Juncal. O projeto de arquitetura foi por si concebido; o medalhão brônzeo é da autoria de António Teixeira Lopes (1935).
Participou na preparação das Festas Milenárias comemorativas da fundação do burgo vimaranense por Mumadona Dias e da elevação de Guimarães a cidade (1953).
Foi delegado da Junta Nacional de Educação no concelho de Guimarães (nomeação de 1949) e também trabalhou como arquiteto e urbanista, tendo sido responsável, a título de exemplo, pela transformação do Jardim do Carmo, a recuperação do Recolhimento das Trinas e o arranjo dos largos dos Laranjais, de S. Francisco e do Toural.

Fora de Guimarães integrou a comissão presidida por Aarão de Lacerda destinada a inventariar os prédios de interesse público a classificar no Porto. Esteve representado no Pavilhão de Portugal da Exposição Internacional de Paris (1937).

António Ferreira da Azevedo aposentou-se em maio de 1959. Foi distinguido com o grau de Oficial da Ordem de Instrução Pública, em 1957, e homenageado na Assembleia Municipal de Guimarães em 1965.

Faleceu em Guimarães no dia 18 de abril de 1968 e foi sepultado no cemitério de Atouguia.

Figura decorativa feminina, Café Aviz, Porto (1947) / Female decorative figure, Café Aviz, Porto (1947)Deixou esculturas espalhadas por vários municípios do norte de Portugal, como em Vila Nova de Gaia, Guimarães, Braga, Vila Nova de Famalicão, Felgueiras, Baião e Vila Flor. Está representado no Museu de Alberto Sampaio e no Arquivo Municipal Alfredo Pimenta (Guimarães), no Museu Nacional de Soares dos Reis (Porto), no Museu Municipal Amadeo de Souza Cardoso (Amarante), no Museu do Abade de Baçal (Bragança) e na Fundação Cupertino de Miranda (Vila Nova de Famalicão).

No centenário do seu nascimento, o Museu de Alberto Sampaio organizou uma exposição retrospetiva da sua obra, a Escola Secundária Francisco de Holanda, uma semana aberta, e Adelino Ângelo pintou o seu retrato.
No âmbito do Programa Constelações, da Guimarães 2012 - Capital Europeia da Cultura, a Assembleia Municipal de Guimarães e a associação Muralha desenvolveram um projeto de estudo e divulgação da sua vida e obra.
Em 2013 foi inaugurado um monumento de granito no Largo Cónego José Maria Gomes, Guimarães, em homenagem ao escultor, da autoria de Vina Paredes.
(Universidade Digital / Gestão de Documentação e Informação, 2017)

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