Nunes de Almeida 1924-2014 Arquiteto |
Manuel Carlos Duarte Silva Nunes de Almeida nasceu na freguesia do Bonfim, Porto, a 9 de dezembro de 1924.
Na Escola Superior de Belas Artes do Porto frequentou o Curso Especial (1945-1951) e o Curso Superior de Arquitetura (1952-1953). Mais tarde, em 1958, apresentou-se ao Concurso para a Obtenção do Diploma de Arquiteto com o projeto da capela do novo núcleo urbano do Barrocal do Douro (freguesia de Picote, concelho de Miranda do Douro). O projeto foi classificado com 19 valores.
Ainda estudante, entre 1947 e 1951, participou nas atividades da Organização dos Arquitetos Modernos (ODAM).
Estagiou no escritório dos arquitetos Eugénio Gouveia Alves de Sousa (1921-) e João Alexandre Cabral Archer de Carvalho (1928-).
Em 1954, Nunes de Almeida ingressou na Hidro-Elétrica do Douro, depois EDP, e foi nesta empresa que exerceu sempre a sua profissão de arquiteto. Entre 1954 e 1958, durante a construção das centrais do Douro Internacional – Picote, Miranda do Douro e Bemposta - e o arranque das Centrais do Douro Nacional, participou e colaborou praticamente em todos os projetos e assumiu a responsabilidade de diversas obras, como a da Capela (com escultura de Barata Feyo e peças litúrgicas de Pádua Ramos), a das casas dos engenheiros, o centro comercial e a escola de Picote na aldeia de Barrocal do Douro. Estas construções, que integram a Central Hidroelétrica do Picote, encontram-se classificadas como “Conjunto de Interesse Público” desde 2011. Deste conjunto destacam-se três obras magistrais do Modernismo Nacional ou concretamente do que se veio a chamar Moderno Escondido. As já citadas casas dos engenheiros (1954-1957), a Pousada (1954-1957) de Rogério Ramos (1927-1976) e a piscina e o campo de ténis (1954-1958) de João Archer de Carvalho.
Nunes de Almeida foi também autor dos projetos das centrais termoelétricas de Setúbal, Sines, Pego, Alto de Mira, Tunes; e dos projetos das subestações de Sines, Fernão Ferro e da termoeléctrica RSU em Valor Sul.
Foi membro do júri de seleção de exposições organizadas pela Cooperativa Árvore (Porto) durante os anos 60 e integrou nos anos 90 a comissão para aquisição do acervo do Museu de Arte Contemporânea da Fundação de Serralves.
Nunes de Almeida foi membro honorário da Ordem dos Arquitetos (desde 2010).
Morreu no Porto a 9 de junho de 2014.
Em 18 de setembro de 2015, durante a sessão solene do Dia da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, a biblioteca particular do arquiteto Nunes de Almeida foi formalmente integrada no espólio bibliográfico da Biblioteca desta Faculdade. Entre aquela data e 5 de outubro do mesmo ano, esteve patente ao público, no mesmo local, uma mostra do percurso académico deste arquiteto modernista.
O arquiteto dá nome a uma praceta em Setúbal, a praceta Manuel Nunes de Almeida.
(Universidade do Porto Digital / Gestão de Documentação e Informação, 2017)