Romão Júnior 1878-1949 Escultor e professor |
José da Maia Romão Júnior, filho do artista e professor João da Maia Romão, nasceu em Aveiro, a 30 de outubro de 1878.
Romão Júnior cursou Desenho Histórico (1892-1900) e Pintura e Escultura na Academia Portuense de Belas Artes. Nesta Escola foi influenciado pelo pintor Marques de Oliveira.
Enquanto estudante participou nas Exposições dos Trabalhos Escolares dos Alunos da Academia Portuense de Belas-Artes (1895, 1896, 1897 e 1898).
Após a conclusão do curso, montou ateliê no Porto e, em 1901, casou com Margarida Costa Romão, filha e sobrinha dos pintores portuenses Júlio Costa e António José da Costa, de quem teve duas filhas - Fernanda Costa (1902-1968) e Clotilde Costa (1904-1973). Em 1910 encontrava-se separado, divorciando-se mais tarde.
Durante essa próspera fase da vida produziu escultura, pintou para fábricas de cerâmica do Porto e Fonte Nova e integrou certames artísticos, como a exposição coletiva da família Costa - José da Costa, Júlio da Costa, Margarida Costa e José da Maia Romão -, realizada no Ateneu Comercial do Porto, em 1908.
Além de se dedicar à Escultura e à pintura cerâmica, trabalhou como professor de modelação na Escola Industrial e Comercial de Fernando Caldeira em Aveiro. As suas obras escultóricas mais marcantes são o Monumento ao Cego do Maio, inaugurada na Póvoa de Varzim a 29 de agosto de 1909, e o baixo-relevo com efígie do jornalista Homem de Cristo pertencente ao Jardim-Escola João de Deus, em Lisboa, que marcou o seu regresso à ribalta (1939), depois de anos arredado dos circuitos artísticos.
O artista foi também autor dos bustos de Manuel Firmino de Almeida Maia (Parque Municipal de Aveiro), dos escritores Eça de Queirós, Camilo Castelo Branco, Antero de Quental, Tomás Ribeiro, Teófilo Braga e Guerra Junqueiro (Livraria Lello, Porto) e do busto da República (Escola Industrial de Aveiro); dos medalhões-retrato de Guerra Junqueiro (Museu Municipal Dr. Santos Rocha, Figueira da Foz) e de João Grave (Biblioteca de Vagos); do autorretrato do artista; dos baixos-relevos Cavaleiro Negro, Procissão da Miséria e Quatro Evangelistas (Capela de Mões, Castro Daire); e do Monumento aos Vencidos do 31 de janeiro (Cemitério do Prado do Repouso, Porto).
Em 1929 ficou impossibilitado de usar a mão direita, tendo passado a trabalhar com a mão esquerda.
Romão Júnior faleceu a 25 de agosto de 1949, em Aveiro, cidade onde dá nome a um arruamento - rua do Escultor Romão Júnior.
(Universidade do Porto Digital / Gestão de Documentação e Informação, 2016)