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Memória U.Porto

Antigos Estudantes Ilustres da Universidade do Porto

Tomás Soller

Fotografia de Tomás Soller Tomás Soller
1848-1883
Arquiteto



Tomás Augusto Soller nasceu no Porto em 29 de Março de 1848. Era filho do professor de música António Maria Soller que, ao reconhecer a vocação do filho para as artes, o inscreveu em Desenho Histórico na Academia Portuense de Belas Artes, em 1862.

Durante o curso, que terminou com distinção em 1867, foi discípulo de Tadeu de Almeida Furtado (1813-1901), alcançou o 1.º prémio no 5.º ano e demonstrou ser detentor de um talento versátil e de uma admirável capacidade de trabalho. Enquanto frequentava Pintura, estudou igualmente Escultura, durante quatro anos, nos quais trabalhou com o Professor Manuel da Fonseca Pinto, e ainda Arquitetura Civil, por um período de três anos, com Manuel José Carneiro, Manuel de Almeida Ribeiro e, possivelmente, Joaquim da Costa Lima.

Em Abril de 1867 participou no concurso para os primeiros pensionistas da Academia Portuense de Belas Artes. Na categoria de Escultura concorreu apenas com António Soares dos Reis, mas, na de Arquitetura Civil, competiu com José Bonifácio Lopes e José Geraldo Sardinha.

Apesar de perder o lugar de pensionista do Estado no estrangeiro para o colega José Sardinha, foi eleito representante do Curso de Arquitetura pela Academia durante a visita de estudo ao setor artístico da Exposição Universal de Paris, o que foi motivo de grande orgulho para o jovem de 19 anos, ainda com o curso de Arquitetura incompleto.

Projecto de portão de 1868Com o auxílio de um subsídio oficial bastante simbólico, Tomás Soller permaneceu em Paris por um período de nove meses, durante o qual trabalhou no ateliê do experiente arquiteto Charles-Auguste Questel (1807-1888), onde foi bem recebido tanto pelo mestre, como pelos seus discípulos. Dos trabalhos que então realizou conhecem-se somente dois, um Átrio e um Portão Monumental (1868), que se guardam nos arquivos da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Sabe-se, no entanto, que o seu último estudo parisiense constituiu um projeto para uma biblioteca, com o qual alcançou o 1.º prémio na Exposição de Madrid de 1871 e que foi adquirido pelo Estado espanhol.

Após o regresso a Portugal, dedicou-se ao Desenho, ao Ensino, a concursos de Arquitetura e ao posto de arquiteto-chefe da Repartição dos Caminhos-de-ferro do Minho e do Douro, para o qual fora nomeado. Desta fase são, provavelmente, o projeto de uma Capela Funerária (1874) e desenhos que fez no Centenário da morte de Pombal (1877), para os carros do cortejo portuense e a obra de receção como académico de Mérito da Real Academia de Belas Artes de Lisboa.

Antigo Palácio de Cristal, PortoFoi também académico de Mérito da Academia Portuense de Belas Artes e diretor, no Porto, das obras do Palácio de Cristal (1861-1865) e do Palácio da Bolsa (1879-1883). Para o primeiro destes edifícios, da autoria de Thomas Dillen Jones, concebeu um palco-coreto, para junto da Avenida das Tílias. Para a Sede da Associação Comercial do Porto, onde trabalhou entre 1879 e 1883, riscou o Pátio das Nações (desenhou o pavimento cerâmico executado por Gustavo Cuddell e a cobertura em ferro e vidro, um grandioso e inovador projeto, executado pela empresa Burnay Cª Ldª, complementado pela decoração do cenógrafo Luigi Manini (1848-1936), de Silva Pereira e de João Rio), o Gabinete do Presidente, em estilo império, e a Sala das Assembleias-gerais.

Exemplar da revista a Arte PortuguesaNo final da sua curta vida, projetou uma cúpula para a Igreja da Trindade (1882), dirigiu, juntamente com Marques de Oliveira, Soares dos Reis, e Joaquim de Vasconcelos a revista "Arte Portuguesa", fez desenhos para um monumento ao Duque da Terceira, para um jazigo do Cemitério de Guimarães, para um pavilhão na praça de D. Pedro IV, que acolheria a família régia nas comemorações do 9 de Julho, e o projeto de um bairro económico na Figueira da Foz, premiado num concurso público.

Teatro Municipal Baltasar DiasNão teve tempo de ver o monumento a Brotero, produzido a meias com Soares dos Reis e destinado ao Jardim Botânico de Coimbra, o Teatro da Rainha, e o edifício do Banco Aliança na Rua Mouzinho da Silveira, e de acabar o projeto de um teatro para a cidade do Funchal (antigo Teatro D. Maria Pia, atual Teatro Municipal Baltasar Dias).

Morreu a 12 de Junho de 1883 com trinta e cinco anos de idade, deixando desamparados mulher, quatro filhos menores, mãe e quatro irmãs.

À data da sua morte era funcionário da Companhia de Caminho de Ferro do Minho e Douro, Diretor das obras do Palácio da Bolsa e sócio-fundador do Centro Artístico Portuense.
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2010)

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