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Memória U.Porto

Antigos Estudantes Ilustres da Universidade do Porto

Joaquim Vitorino Ribeiro

Photo of the Vitorino Ribeiro bust Joaquim Vitorino Ribeiro
1849-1928
Pintor, conservador, professor e colecionador



Joaquim Vitorino Ribeiro, filho de António Vitorino Ribeiro e de Joaquina Rosa de Jesus, nasceu no Porto em 1849.
Frequentou a Academia Portuense de Belas Artes onde estudou Desenho e Pintura e foi discípulo de João Correia.

No final de 1873 prosseguiu os estudos em Paris, na Escola Nacional de Belas Artes, primeiro com subsídio particular, depois como pensionista do Estado. Nesses tempos, foi aluno de Alexandre Cabanel (1823-1889), alcançou medalhas e menções honrosas e foi elogiado pelos mestres Adolphe Yvon (1817-1893), Jean Leóne Gerôme (1824-1904) e Gustava Boulanger (1824-1888). Fez amizade com Armand Dayof (1851-1934), crítico de arte e inspetor de Belas Artes, e teve por companheiros outros artistas conterrâneos, como Soares dos Reis, Silva Porto, Marques de Oliveira, Henrique Pousão e Artur Loureiro.

Fotografia da obra Mártir Cristão, Óleo sobre Tela, de Joaquim Vitorino Ribeiro (1879) / Photo of the work Mártir Cristão, Oil on Canvas, by Joaquim Ribeiro Vitorino (1879)Durante os dez anos que passou em França, o seu mestre tê-lo-á solicitado a naturalizar-se francês, proposta que declinou.
Expôs em vários certames, nomeadamente no Salon. Estreou-se neste evento em 1879, com o quadro "Cristo no túmulo", que recebeu boas críticas. Em 1880 expôs "O Mártir Cristão", obra de 1879 referida no jornal "Le Figaro" e que denota influências simbolistas, e "Camões e o Jau", ambas reproduzidas em "l’ Illustration" e "L’ Universe Illustration".

De regresso ao Porto, em 1889, foi nomeado, após concurso público, Conservador da Galeria de Arte da Santa Casa da Misericórdia do Porto, ficando responsável pela instalação de um espaço museológico na galeria desta instituição. Este espaço fora planeado para o pátio interior da Misericórdia pelo Engenheiro António Maria Kopke de Carvalho e destinava-se à exposição de 300 pinturas da Misericórdia. Vitorino Ribeiro ficou também incumbido de zelar pela manutenção e conservação do museu, assim como de produzir novas pinturas, particularmente quadros dos benfeitores da Misericórdia do Porto. Para este propósito, concebeu mais de duas dezenas de retratos, entre os quais o de D. Manuel II (1908).

Almeida Garret de sentinela à porta do Convento dos Grilos, durante o cerco do Porto / Almeida Garret standing sentinel by the door of the Convento dos Grilos, during the siege of OportoA sua obra pictórica, fora da Misericórdia, fez-se de composições históricas e religiosas, entre as quais o "Claustro da Sé do Porto", a "Chegada de Vasco da Gama à Índia", o "Portal de Paço de Sousa", a "Igreja de S. Francisco", "Almeida Garrett de sentinela à porta do Convento dos Grilos", trabalhos originais nos temas abordados e na estética.
Paralelamente à sua atividade como conservador da Misericórdia, Joaquim Vitorino Ribeiro ofereceu-se para lecionar, de forma gratuita, no Colégio Barão de Nova Sintra e, depois, no Instituto Araújo Porto, assim se tendo mantido até 1904, ano em que a Mesa da Santa Casa da Misericórdia o nomeou professor efetivo.

Em 1907, após a morte de António Bernardo Ferreira, que deixou um avultado legado à instituição, pintou, por encomenda da Misericórdia, uma tela alegórica ("Jesus Cristo dispensando proteção à pobreza") em honra do defunto que, no seu testamento, registara a vontade de a não integrar na galeria dos benfeitores. Esta tela foi exposta na sala de sessões em 1908.

Fotografia do Museu Militar do Porto / Photo of the Porto Military MuseumVitorino Ribeiro foi também um grande colecionador, reunindo em casa um vasto conjunto de estampas, desenhos, gravuras, louças raras e outros objetos de arte, para além de peças e documentos militares (armas, bandeiras, condecorações, uniformes, etc.), testemunhos das Invasões Francesas e das Lutas Liberais.
Esta última coleção constituiu o grosso da mostra que marcou no Porto as comemorações do I centenário da Revolução de 1820, inaugurada a 24 de Agosto de 1920 no Teatro de S. João e cujo sucesso fundamentou a aspiração de se instituir na cidade um museu histórico e militar.

Vitorino Ribeiro foi casado com D. Lucinda Lucrécia de Freitas Ribeiro, da qual teve três filhos: Joaquim Pedro Vitorino Ribeiro (1882-1944), médico radiologista, amante de história, etnografia e arte, Emanuel Paulo Vitorino Ribeiro (1884-1972), arquiteto e etnólogo, e Maria Otília de Freitas Ribeiro.

Morreu no Porto em 1928.
Nove anos depois do seu falecimento, os seus descendentes, dececionados com a não concretização do museu militar portuense, ofereceram o espólio de história bélica do pai ao Museu Militar de Lisboa. Porém, no final dos anos 50 foi retomado o projeto de criação, no Porto, daquele espaço museológico, que avançou nos anos 70. O Museu abriu no pós 25 de Abril de 1974, na sede da extinta PIDE-DGS sita na rua do Heroísmo. Em 1981, o Museu recebeu a coleção Vitorino Ribeiro.
A restante parte do seu espólio foi incorporada no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, na Biblioteca Pública Municipal do Porto e no Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto.
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2009)

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