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Memória U.Porto

Edifício da Reitoria da U.Porto - Projetistas

Carlos Amarante (1748-1815)

Retrato de Carlos Amarante / Portrait of Carlos AmaranteArquiteto e engenheiro militar, Carlos Luís Ferreira da Cruz Amarante nasceu em Braga, a 30 de Outubro de 1748. Era filho de Manuel Ferreira da Cruz Amarante, músico de câmara dos arcebispos bracarenses D. José de Bragança (1739-1756) e D. Gaspar de Bragança (1757-1789), e de D. Maria Josefa Rosa de Almeida.

Ingressou no Seminário com 17 anos de idade, mas a falta de vocação fê-lo trocar a vida religiosa pela ilustração de livros religiosos e pela lecionação de aulas de música.

Em 1771 casou com Luísa Clara Xavier, da qual teve quatro filhos. Dois anos mais tarde, foi indigitado Inspetor das Obras Públicas de Braga. Em 1783, Carlos Amarante foi nomeado porteiro da câmara do arcebispo D. Gaspar de Bragança, facto que lhe permitiu frequentar o Palácio dos Arcebispos e a sua biblioteca, onde, de forma autodidata, adquiriu conhecimentos de arquitetura.

As suas primeiras obras como arquiteto foram executadas em Braga. Entre elas destacam-se as casas do Dr. Francisco Maciel Aranha e da família Vilhena Coutinho e o presbitério de S. Pedro de Maximinos. Depois da concretização destas obras recebeu encomendas mais exigentes, que rapidamente fizeram de Carlos Amarante um dos principais arquitetos bracarenses do século XVIII. Para o Santuário do Bom Jesus do Monte (1784-1811) traçou, em 1781, o projeto do novo templo, assim como o jardim, as ermidas, a fonte do Terreiro de Moisés e o Escadório das Virtudes. Nestas obras afirmou-se como um arquitecto do Neoclássico, embora noutros projetos tivesse utilizado elementos barrocos e rococós, de que constituem exemplo a fachada da Igreja de Nossa Senhora do Pópulo e o Hospital de S. Marcos, ambos em Braga.

Fotografia da Igreja do Bom Jesus do Monte, Braga / Photo of Bom Jesus do Monte Church, BragaO falecimento do seu mecenas fez com que Carlos Amarante iniciasse uma carreira militar aos 45 anos. Por volta de 1792 foi nomeado segundo-tenente do Real Corpo de Engenheiros, função que o obrigou a ausentar-se de Braga. Nesta altura, ficou incumbido de desenhar o "Mapa Topográfico desde a Serra de Rio Maior até Leiria". Em 1796 foi promovido ao lugar de primeiro-tenente e, a partir de 1799, ficou responsável pela "direcção dos trabalhos de construção de estradas e pontes do reino".

Em 1801, Carlos Amarante ascendeu ao posto de capitão do Real Corpo de Engenheiros e foi requisitado por Francisco de Almada e Mendonça para trabalhar na fase final da transformação urbana do Porto. Nesta cidade, onde estabeleceu residência, projetou, em 1802, uma ponte de um só arco, em alvenaria, com a qual propunha ligar as duas margens do rio Douro entre a Porta do Sol, no Porto, e o terreiro do Mosteiro da Serra do Pilar, em Vila Nova de Gaia. Este projeto foi preterido pelo da Ponte das Barcas, datado de 1806. Em 1812, Carlos Amarante foi afastado do Real Corpo de Engenheiros, devido à reforma da Engenharia Militar.

No Porto assumiu-se plenamente como um arquiteto do neoclassicismo, tendo deixado diversas obras deste estilo, como a Igreja de S. José das Taipas (1795-1878), na Cordoaria, cujo projeto inicial foi alterado, sobretudo no que respeita à sacristia e ao retábulo-mor, e que guarda um quadro representando o desastre da Ponte das Barcas; a Igreja da Ordem Terceira da Trindade (1803), no Largo do Laranjal, depois renomeado Largo da Trindade, cujo plano primitivo, oferecido pelo autor, foi alterado pelo Arquiteto João Francisco Guimarães; e a Academia Real de Marinha e Comércio, cujos planos iniciais de José da Costa e Silva, datados de 1803, foram corrigidos por Carlos Amarante em 1807. Também desenhou um Arsenal Real do Exército, que não chegou a ser edificado.

Carlos Amarante, artista multifacetado, cuja obra se situa na transição do barroco para o neoclássico, morreu no Porto a 22 de Janeiro de 1815, tendo sido sepultado na Igreja da Celestial Ordem Terceira da Santíssima Trindade.

Consta que, em 1837, pelo facto de ninguém ter reclamado as suas ossadas, os restos mortais do artista foram depositados no ossário geral da Ordem da Trindade, no cemitério de Agramonte.

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