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Memória U.Porto

Antigos Estudantes Ilustres da Universidade do Porto

Lídia Vieira

Lídia Vieira 1936-2005 Escultora e professora

Maria Lídia da Silva Costa Vieira nasceu em Viana do Castelo, em 1936.

Herdou do pai o gosto pelas artes plásticas e explorou esse gosto nos livros paternos, tendo sido particularmente seduzida pela escultura grega e romana.

Depois de concluir o liceu, um professor encaminhou-a para as Belas Artes. Aceitou o desafio apesar do pouco entusiasmo demonstrado pela família que não apoiava esta decisão.

Na Escola Superior de Belas Artes do Porto frequentou o curso Geral de Escultura (1968) e o curso de Artes Plásticas (1978), tendo descoberto a sua vocação para o trabalho da pedra, que veio a desenvolver em várias vertentes artísticas (Escultura, Mosaico Mural e Design).

Mais tarde, frequentou um curso de Restauro e Conservação dirigido pelo Professor Claude Bassier, no Centre Internacional de Sauvatage Archéologique – Socre, a convite do Centre Regional de La Pierre d'Aquitaine, Bordéus, e um Curso Sobre Evolução Urbana no Porto, na Universidade Popular do Porto.

Data da década de 70 a progressão da sua carreira como artista plástica, professora e formadora.

Participou em cursos e delegações, com comunicações e intervenções, em programas de pós-graduações; associou-se a conferências e fez parte de debates sobre ensino, educação e formação e património, em Portugal e no estrangeiro.

Participou em projetos de equipas multidisciplinares na integração da Escultura e do Design no Envolvimento Urbanístico e Arquitetónico, entre os quais se podem nomear: "Frente Urbana para o Parque da Cidade", Porto (2.º prémio), "Mobiliário Urbano/Equipamento para o Parque da Cidade", Porto (convite) e "Arranjo de Envolvente urbanística e Espaços de Lazer", escultura e mobiliário urbano, Matosinhos (convite).

Lídia Vieira realizou diversos trabalhos destinados a espaços públicos urbanos (Porto, Matosinhos, São João da Madeira, Viana do Castelo), resultantes de convites ou concursos. A certa altura ocupou-se da temática dos mosaicos romanos, tendo sido responsável pelo desenvolvimento de protótipos para jogos em pedra, inspirados nos mosaicos de Conímbriga. Dirigiu a execução de réplicas de mosaicos romanos.

Cooperou em simpósios de Escultura em Pedra, em simpósios e workshops sobre Mobiliário Urbano e de Interior em Pedra, que ajudou a montar e coordenar, entre os quais se incluem o "Simpósio Internacional de Escultura em Pedra", Porto; "Simpósio de Escultura em Pedra Galaico-Minhoto", Caminha; "Redescobrir o Alabastro", Miranda do Douro; "Bancos de Jardim" (1.º Prémio na Exposição Nacional de Arte e Design"); "7 Fontes em Granito para o Parque da Cidade", Porto; "Expositores e Expósitos"; "Mobiliário Urbano para o Parque da Cidade", Porto; "Projectos para a Organização de Espaços e Mobiliário de Interior"; "Horto das Virtudes" – mobiliário e pavimento, Porto; "I Simpósio de Escultura em Pedra", Alfândega da Fé; "II Simpósio de Escultura da Pedra – Da Água e das Fontes" (2003), Alfândega da Fé, organizado promovido pela Câmara Municipal e pela Cooperativa Árvore.

Lídia Vieira colaborou com o I.P.P.A.R (atual IGESPAR) e com o Comando da Região Norte nas obras de restauro da igreja localizada no interior do Forte de São João Baptista da Foz, no Porto. Dedicou-se igualmente ao estudo da pedra nacional e à organização de um atelier para a investigação e prática, nesta área.

No âmbito da sua atividade de docente, Lídia Vieira lecionou no Ensino Secundário, no Ensino Superior Artístico e no Ensino Artístico Especializado. Fundou a Cooperativa Centro de Estudo e Trabalho da Pedra, dirigindo-a até 1991. Criou o Centro de Estudo da Pedra (CEP – Ensino Artístico Especializado), que dirigiu até 1998, onde ministrou as disciplinas de Teoria do Design, Prática do Design e Desenho e produziu o Plano de Estudos dos cursos de Design de Equipamentos e de Restauro. É autora do projeto do curso de Pós-graduação FORTECA (Ações de Formação para a Qualificação Profissional e Artística), do Ministério da Educação, e tem trabalhos publicados e ilustrações nos livros "Arte, Natureza e Cidade", de Jacinto Rodrigues, "Tendências da Escultura Portuguesa atual", de Fátima Lambert, "Fernando Fernandes, 47 anos de Leitura", uma obra de homenagem, "O Euro e os Artistas" (Banco Central Europeu) e "A Celebração do Pó", de Eduardo Chiote.

Lídia Vieira faleceu em 2005.
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2010)