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Memória U.Porto

Antigos Estudantes Ilustres da Universidade do Porto

Francisco Xavier Esteves

Fotografia Francisco Xavier Esteves Francisco Xavier Esteves
1864-1944
Engenheiro, professor, governante e industrial



Francisco Xavier Esteves, filho de Alberto de Faria Esteves e de D. Elisa Correia, nasceu em Ílhavo, a 8 de Outubro de 1864.

Enquanto jovem, cursou Engenharia na Academia Politécnica do Porto nos anos oitenta do século XIX. Obteve carta de Curso de Engenheiro de Obras Públicas a 22 de junho de 1886 e, mais tarde, a de Engenheiro de Minas, a 30 de agosto de 1911 (apesar de ter terminado essa formação em 1885).
Durante os tempos de estudante dirigiu o Álbum literário comemorativo do terceiro centenário de Luís de Camões (1880), que contou com a colaboração de grandes escritores nacionais e estrangeiros.

Terminados os estudos apresentou Theoria dos cursos liquidos em regime permanente : Dissertação de concurso á Academia Polytechnica (Porto, 1890), mas veio a lecionar no Instituto Industrial e Comercial do Porto e na Faculdade Técnica da Universidade do Porto. Ocupou lugares de gestão na Sociedade de Eletricidade do Norte de Portugal e na Companhia de Cimento Tejo (empresa criada em 1894, com fábrica em Alhandra e sede no Porto, que introduziu no nosso país o cimento Portland); e presidiu à Assembleia-geral da Mutual do Norte.

Nos anos 20 constituiu a empresa "Xavier Esteves e C.ª", importadora de maquinaria para a agricultura e indústria e material circulante para o caminho-de-ferro e exportadora de produtos industriais.

Livraria Lello, PortoXavier Esteves dirigiu célebres obras no norte do país. Teve a cargo a execução da Livraria Lello & Irmão (antiga livraria Chardron), um edifício neogótico sito na Rua das Carmelitas, no Porto, considerado recentemente como a terceira mais bela livraria do mundo, pelo periódico inglês The Guardian. Esteves encarregou-se, também, de projetar a Casa de Augusto Nobre (1898), na rua do Castelo do Queijo (Avenida de Montevideu) n.º414, o Cine Foz, na Espalnada do Castelo, e as instalações iniciais da Empresa Fabril do Norte, na Senhora da Hora.
Na Associação Industrial do Porto (atual Associação Empresarial de Portugal) ocupou o cargo de secretário (1903-1910) e o de presidente por duas vezes (de 1914 a 1919 e de 1919 a 1937). Representou a associação no Congresso Colonial Nacional de 1924 e escreveu textos sobre doutrina associativa.

Paralelamente às suas atividades como engenheiro, industrial e dirigente associativo envolveu-se no mundo da política. Cedo na vida abraçou a causa republicana, tendo, em 1895, aderido ao Partido Republicano do Porto, no qual veio a integrar o respetivo Diretório (1899-1902).

Em 1900 foi eleito deputado pela lista republicana, com Afonso Costa e Paulo Falcão, no seguimento da votação simbólica do Porto contra o poder central, após a quarentena imposta à cidade durante a peste bubónica de 1899.
Foi eleito vereador republicano na "lista da Cidade" entre 1907 e 1910 e ocupou o cargo de Presidente da Câmara Municipal do Porto entre 1911 e 1913. Pelo Porto foi, de novo, deputado, em 1911 e 1918.

Do seu passado ativista fica, ainda, a detenção de 1916, quando foi implicado na conspiração de Machado dos Santos.

Capa do livro Associação Industrial Portuense. Para a História do Associativismo EmpresarialEm 1917 e 1918 Francisco Xavier Esteves suspendeu a presidência da AIP para fazer parte do governo de Sidónio Pais como Ministro do Comércio (entre 11 de Dezembro de 1917 e 7 de Março de 1918) e Ministro das Finanças (entre 7 de Março e 15 de Maio, e entre 15 de Maio e 1 de Junho de 1918). No desempenho das funções na pasta do Comércio, Esteves conseguiu convencer o governo a devolver o Palácio da Bolsa à Associação Comercial do Porto, tomado e desocupado em 1910, e presidiu ao Diretório do Partido Republicano.

Em 1918 demitiu-se do governo e, a partir de então, perante a evolução do regime, passou a participar no movimento patronal de contestação às instituições e governos republicanos.

Em 1925 associou-se ao Partido da União dos Interesses Económicos. Em 1926 aceitou a ditadura decorrente do golpe de 28 de Maio, embora um pouco mais tarde tenha vindo a discordar da institucionalização do corporativismo. Em 1927 foi indigitado Presidente da Junta Central da União de Interesses Económicos, organização representativa das associações comerciais e industriais.

Morreu no Porto a 2 de Setembro de 1944.
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2010)

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