Carlos Carreiro 1946- Pintor e professor universitário |
Carlos de Amaral Carreiro nasceu em Ponta Delgada, S. Miguel, Açores, em 1946.
Depois de ter frequentado, durante dois anos, o curso de Direito na Faculdade de Direito de Lisboa, inscreveu-se, em 1965, no curso de Pintura da Escola Superior de Belas Artes do Porto, que concluiu em 1972.
Estreou-se a expor enquanto estudante, em 1967.
Em 1976, formou o "Grupo Puzzle", com João Dixo, Albuquerque Mendes, Graça Morais, Pedro Rocha, Jaime Silva, Dário Alves, Fernando Pinto Coelho e Armando de Azevedo, o qual se apresentou publicamente através de um jantar/intervenção intitulado "Expectativa de nascimento de um Puzzle fisiológico com pretensões a Grupo", na Galeria Alvarez II. Foi com este grupo que participou no XXVII Salão da Jovem Pintura em Paris, na Exposição de Arte Portuguesa no Brasil e na de Arte Portuguesa, na Suécia.
Em 1977 iniciou a atividade docente na ESBAP, na qual defendeu provas de agregação, em 1982, e onde hoje é Professor Associado.
No ano seguinte, obteve uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian para levar a cabo um levantamento sobre "O kitsch e o mau gosto em Portugal".
No início dos anos noventa a sua pintura foi tema de uma exposição itinerante – Vinte e cinco anos de pintura, 1967/92, organizada pela Direção Regional dos Assuntos Culturais do Governo da Região Autónoma dos Açores, a qual percorreu as cidades de Angra do Heroísmo, Ponta Delgada, Horta, Lisboa, Porto, Amarante, Coimbra, Gondomar, São João da Madeira e Aveiro. Em 2000, a Casa Municipal de Cultura de Cantanhede realizou uma nova exposição antológica da sua obra.
Ao longo da sua vida profissional, Carlos Carreiro participou em mais de 300 exposições coletivas, em Portugal e no estrangeiro: "Os Biombos dos Portugueses", em Tóquio, Argentina, S. Paulo, Lisboa, Porto, Toronto e Rabat; "O Rosto do Infante", em Tomar e Viseu; "Imagens da Família na Arte Portuguesa, 1801/1992", nas Caldas da Rainha e em Évora; "El Duero que nos une", organizada para comemorar o V Centenário do Tratado de Tordesilhas, com Artistas Portugueses e Espanhóis - em Palência, Zamora e Salamanca. Realizou, também, dezenas de exposições individuais nas Galerias Zen, do Jornal de Notícias, Roma e Pavia, da Praça, Diagonal, Degrau Arte, Espaço Branco, Sala Maior, Artesis, Arco 8, Almadarte, Mário Sequeira, Marconi, Lídia Cruz e Presença, na Soctip, na livraria Bertrand, na Sociedade Nacional de Belas Artes e na Cooperativa Árvore.
Carlos Carreiro tem recebido diversos prémios e distinções. Em 1996 foi selecionado no concurso do Banco Barclays, em Lisboa ("Montras Barclays"), concurso no qual obteve uma menção honrosa. Alcançou, também, o Prémio Nacional de Pintura da "II Bienal de Arte AIP'96" organizada pela Cooperativa Árvore, no Porto; em 1997 venceu o Prémio Art-Car da BMW/Baviera e, a 10 de Junho de 2006, foi agraciado com a Ordem de Mérito pela Presidência da República.
Além de pintar, editou serigrafias, concebeu imagens gráficas para o Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian – ACARTE 88 e para o disco dos GNR, "A valsa dos Detectives" (1989). Foi comissário, juntamente com Carlos Barreira, da Exposição ESPAP/FBAUP "215 Anos de Belas Artes no Porto", que esteve patente ao público no Museu dos Transportes e Comunicações da Alfândega do Porto, entre Julho e Agosto de 1995.
A singular obra narrativa de Carlos Carneiro, intitulado por Fernando Pernes o "Jeronimus Bosh na sociedade de consumo", integra o acervo de vários museus, coleções particulares e instituições como a Assembleia Regional dos Açores, na cidade da Horta, para onde produziu um painel de pintura e desenhou o projeto dos tapetes da Sala do Plenário.
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2009)