Armando Alves 1935- Pintor e artista gráfico |
Armando José Ruivo Alves nasceu em Estremoz, em 1935.
Em Lisboa, fez o Curso de Preparação às Belas Artes, na Escola de Artes Decorativas António Arroio, e, no Porto, frequentou o curso de Pintura na Escola Superior de Belas Artes, que terminou em 1962, com a classificação de vinte valores.
Após a conclusão da licenciatura foi nomeado Professor Assistente, na ESBAP, onde introduziu o estudo das Artes Gráficas.
Em 1964 realizou uma viagem de estudo a Londres, enquanto bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, e começou a expor individualmente. No ano seguinte fez novas viagens de estudo, desta vez a Espanha e a França.
Com os colegas Ângelo de Sousa, José Rodrigues e Jorge Pinheiro formou o grupo "Os Quatro Vintes", em 1968, com o qual veio a expor no Porto, em Lisboa e em Paris, durante os anos 60 e 70. Naquele ano, começou, também, a dedicar-se a fundo às Artes Gráficas, área que ajudou a modernizar e a revalorizar.
Nesta atividade, esteve profissionalmente ligado a três editoras - à Editorial Inova, em 1968; à Editorial Limiar, em 1975, e à Editorial Oiro do Dia, em 1980. Dirigiu graficamente obras literárias (antologias de versos e prosa, livros infantis e coleções) e produziu cartazes e pósteres, comemorativos e publicitários, catálogos de exposições e programas de concertos e de atividades desportivas.
Em 1973 deixou a ESBAP para se dedicar inteiramente às Artes Gráficas. Entre os seus inúmeros trabalhos neste domínio podem destacar-se, entre outros: o cartaz e os cenários da peça Lux in Tenebris, baseada num texto de Bertolt Brecht, encenada por Pere Planella e levada à cena pelo Seiva Trupe, no Porto (1975); a organização da exposição dos 30 anos de Eugénio de Andrade, na Fundação Engenheiro António de Almeida, no Porto, e a edição do catálogo da exposição (1976); a direção da exposição e a organização do catálogo da Semana de Colóquios e Cinema dedicada à obra de Vergílio Ferreira, realizada no Ateneu Comercial do Porto (1977); a realização da exposição O Pintor e a Cidade (aguarelas de António Cruz sobre o Porto e outros lugares, na Casa do Infante), e a direção gráfica de um álbum com o mesmo título.
É um dos fundadores da Cooperativa Árvore e um dos intervenientes, desde a sua criação, do Lugar do Desenho - Fundação Júlio Resende, no âmbito da qual participou, entre 1997 e 1999, em exposições no Brasil, no Chile, em Cabo Verde e em Moçambique (Maputo).
Este notável ilustrador, artista gráfico, desenhador e pintor (que evoluiu do neorealismo para o abstracionismo), está representado em coleções do Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto, da BCG, em Lisboa, e da Câmara Municipal de Matosinhos. Ao longo da sua carreira alcançou importantes prémios e distinções, como o primeiro prémio na Mostra de Artes Gráficas Grafiporto 83, no Museu Nacional de Soares dos Reis, e o grau de Grande Oficial da Ordem do Mérito, concedido pelo Presidente da República, Cavaco Silva, nas comemorações do 10 de Junho de 2006, decorridas na Alfândega do Porto.
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2008)