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Memória U.Porto

Antigos Estudantes Ilustres da Universidade do Porto

António Xavier

Fotografia de António Xavier António Xavier
1943-2006
Engenheiro e cientista



Igreja da Ordem do TerçoA 31 de Agosto de 1943 nasceu no Hospital da Ordem do Terço, no Porto, o filho mais novo dos três que teve o casal José Inácio Xavier e Maria Isabel Vasconcelos Lopes, António Augusto de Vasconcelos Xavier.
Logo depois do seu nascimento, a família mudou-se do centro da cidade (Rua Costa Cabral) para a praia de Miramar, em Vila Nova de Gaia, onde António Xavier fez os estudos primários e os do 1º ciclo no "Liceu particular" da Aguda e Miramar.

Liceu Rodrigues de FreitasEm 1954, a família regressou ao Porto, fixando residência na área da Boavista. António Xavier frequentou como aluno interno o Liceu D. Manuel II (actual Escola Secundária Rodrigues de Freitas), onde concluiu o segundo ciclo, em 1959, e o "Curso Complementar dos Liceus - alínea f", em 1962.
Nesse mesmo ano ingressou na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, frequentando o curso de Engenharia Química. Em 1964, no decurso da licenciatura, casou na Igreja dos Lóios de Évora com D. Maria Francisca Merckx de Bívar Branco, com quem teve três filhos.
Em 1965 pediu transferência da Faculdade de Ciências do Porto para o Instituto Superior Técnico (IST) em Lisboa, onde, em 1969, concluiu a licenciatura em Engenharia Químico-Industrial, obtendo quinze valores de classificação final.
Seguidamente, interessou-se pelo estudo dos iões metálicos em sistemas biológicos por influência do Dr. Robert D. Gillard, com quem contactou, em 1969, num Ciclo de Conferências no Instituto Superior Técnico. Trabalhou no laboratório do Instituto Gulbenkian de Ciência e candidatou-se a uma bolsa de doutoramento na Universidade de Oxford. Todavia, antes de conhecer resultado desta candidatura decidiu, por recomendação do Professor João Fraústo da Silva, ingressar no laboratório do Professor Robert J. O. Williams, orientador de doutoramento, onde colaborou com o Professor Evert Nieboer.
Os estudos aí efetuados foram a base da sua inovadora tese sobre os métodos de ressonância magnética nuclear (RMN) para o estudo das estruturas de moléculas flexíveis em solução, utilizando lantanídeos como sondas paramagnéticas extrínsecas.
Na cidade de Oxford, onde viveu com a mulher e viu nascer a sua filha mais velha, trabalhou como investigador independente (Júnior Research Fellow) no Wolfson College daquela universidade.
Em 1973, deixou este cargo e recusou convites de reputadas instituições para voltar a Portugal, onde integrou o Centro de Química Estrutural do Instituto Superior Técnico, em Lisboa. Nesse ano, ainda, prestou o serviço militar obrigatório, mas por um curto espaço de tempo, possivelmente devido à sua situação familiar e ao seu trabalho. Naquele Centro, além da docência com a categoria de professor auxiliar (1973 e 1974), fundou o grupo de Biofísica Molecular.
Em 1974 deu início a uma profícua e duradoura colaboração com o microbiologista Jean LeGall. E no ano seguinte, promoveu a aquisição do primeiro espectrómetro de RMN no nosso país, facto que lhe permitiu prosseguir os estudos estruturais de moléculas complexas. Dois anos mais tarde, ingressou na Universidade Nova de Lisboa (UNL) como Professor Associado da Faculdade de Ciências e Tecnologia, tendo sido promovido a Professor Catedrático em 1979. Nesta data, foi nomeado Diretor Científico Molecular do Centro de Química Estrutural do Instituto de Investigação Científica (INIC), cargo que manteve até 1989.
Nos EUA, onde esteve por algum tempo devido à sua atividade de investigação e ensino, foi nomeado Adjunct Full Professor of Biochemistry' o Gray Freshwater Biological Institute da Universidade de Minnesota (1978-1984) e Adjunct Full Professor of Biochemistry no Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da Universidade de Geórgia (1985-2000).

Instituto de Tecnologia Química e Biologia da Universidade Nova de LisboaA par da docência, publicou cerca de 250 trabalhos científicos na área da metaloproteína e do mecanismo de transdução de energia em microorganismos; organizou, em Tomar, no ano de 1979, uma conferência internacional subordinada ao tema Metal Ions in Biology - Um marco histórico da Química Bioinorgânica, e, juntamente com o Professor Carlos Portas, fundou, em 1986, o Instituto de Tecnologia Química e Biologia da Universidade Nova de Lisboa (ITQB), do qual foi Presidente da Comissão Instaladora até 1998. Neste Instituto, que constituiu um dos primeiros laboratórios associados do país e que se tornaria o mais popular e o mais produtivo, criou equipas interdisciplinares. Em 1999, passou a dedicar-se a tempo inteiro ao trabalho científico.
Nos primeiros anos do novo milénio, o seu trabalho foi oficialmente reconhecido. Em 2004, o governo português incluiu-o no grupo dos setenta cientistas nacionais agraciados com a atribuição do "Estímulo à Excelência" pelo Ministério da Ciência, Inovação e Ensino Superior e, em Dezembro de 2005, foi a vez da revista Visão, que o escolheu como um dos dez "heróis" portugueses.
A 7 de Maio de 2006 faleceu em Lisboa este pioneiro investigador de Química Bio-inorgânica e um dos mais brilhantes cientistas portugueses, respeitado internacionalmente, mas desconhecido fora da esfera dos cientistas. Da igreja de S. João de Deus, em Lisboa, o corpo foi a enterrar no cemitério do Alto de S. João.
A 12 de Dezembro desse ano, o Laboratório Associado IBMC/INEB prestou-lhe uma homenagem póstuma, na qual participaram importantes figuras portuguesas e estrangeiras como Francisco Carvalho Guerra, Miguel A. de La Rosa, Helena Santos, Carlos Salgueiro, Ilídio Correia e A. Quintanilha. Em 2006, o Bruker Group instituiu o "Prémio António Xavier", em reconhecimento da sua dedicação à Ciência e à sua ação no desenvolvimento da metodologia de RMN em Portugal, a atribuir a um investigador nacional ou uma equipa de trabalho que se evidencie nos domínios da Ressonância Magnética Nuclear, da Imagem por Ressonância Magnética ou da Ressonância Paramagnética Electrónica.
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2008)

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