Rui Pimentel 1924-2005 Arquitecto |
Rui Pimentel Ferreira nasceu no Porto, na freguesia de Massarelos, a 14 de Dezembro de 1924.
No ano lectivo de 1942/1943 inscreveu-se no curso de Arquitectura da Escola de Belas Artes do Porto.
Desde 1944, e durante a licenciatura, participou, sob o pseudónimo "Arco", nas exposições do grupo dos Independentes. Em 1952, integrou uma equipa com três arquitectos estrangeiros, a qual participou no curso de Verão dos C.I.A.M., em Veneza, e durante o ano lectivo de 1952-1953, representou a ESBAP num certame internacional de escolas de arquitectura, realizado em São Paulo, no Brasil, juntamente com o colega Augusto Amaral.
Em 1962 foi encarregado por Carlos Ramos, director da ESBAP, para planear, juntamente com Henrique Lagoa, a exposição de Arte Negra (colecção de Vítor Bandeira), inaugurada na Exposição Magna da Escola desse ano e repetida mais tarde no Palácio Foz, em Lisboa.
Durante esse período, foi convidado para assistente excepcional das cadeiras de Grande Composição dos 4.º e 6.º anos do Curso de Arquitectura, lugar que conservou nos anos lectivos de 1962/1963 e de 1963/1964.
Em Julho de 1964 concorreu ao diploma de arquitecto (CODA), obtendo a classificação de 20 valores.
Entre 1955 e 1960, com Fernando Távora e António Meneres, integrou a equipa responsável pelo estudo da zona 1 no Inquérito à Arquitectura Popular
Anos antes, em 1946, iniciara a actividade como arquitecto profissional, tendo colaborado nos ateliers dos arquitectos Fernando Tudela e Fernando Barbosa e, depois, no de Arménio Losa (1948).
Até 1964 projectou, quer sozinho, quer em equipa, unidades residenciais, (nomeadamente para o conjunto dos Olivais, com Duarte Castelo-Branco), moradias e estabelecimentos comerciais, sobretudo no Porto, e participou com Fernando Távora no Plano Regulador do Porto de Leixões.
Durante o Verão desse ano foi convidado pela Câmara Municipal de Lourenço Marques (actual Maputo) para ajudar a formar o Gabinete de Urbanização, onde trabalhou até 1965.
Em 1970 realizou exposições de móveis seus em Joanesburgo, executados com madeiras nobres de Moçambique.
Entre 1970 e 1972 participou no Conselho de Obras Públicas da Província de Moçambique como delegado do Governo-Geral, tendo-lhe sido pedida a apreciação do Plano de Urbanização da Costa do Sol.
Entretanto, em 1971 montou um atelier onde, até 1974, desenvolveu vários projectos, e passou a dirigiu uma fábrica de móveis na capital moçambicana (SIESTA).
Após a independência de Moçambique, Rui Pimentel tentou, embora sem sucesso, exercer a profissão de arquitecto em regime liberal no país.
De regresso a Portugal, foi convidado para chefiar, em 1977, o sub-grupo de "Móveis de Estilo", pelo "Grupo de Fomento de Substituição de Importações" do Ministério do Planeamento. Por encomenda da mesma instituição, apresentou o "Estudo do Móvel em Portugal".
Desde então, riscou projectos de habitação (casa em Santarém, 500 fogos na Maia), o projecto de remodelação da Câmara Municipal de Guimarães, e instalações de agência bancárias e laboratórios.
Em 2003 foi nomeado Membro Honorário da Ordem dos Arquitectos.
Morreu a 5 de junho de 2005.
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2009)